Da região do Piemonte, no norte da velha bota, o barolo tem de ser feito exclusivamente com a nebbiolo. Essa casta precisa de frio, para um amadurecimento lento e tardio, e de sol, para afinar seus taninos. As colinas em torno da pequena vila de Barolo (foto acima), com cerca de 400 metros de altitude voltados para o sul, e com típico nevoeiro (a nebbia, que dá nome a esta variedade), são o melhor lugar do mundo para essa uva.
Todo barolo precisa ficar ao menos dezoito meses em madeira e só sai ao mercado 38 meses após a colheita; se for um Riserva, esse tempo é de 62 meses. Existem dois divisores de água que determinam o
estilo de um barolo, seu solo e sua elaboração. Há dois terrenos principais na região: o Tortoniano, mais comum nos vinhedos a oeste da vila, e o Serravaliano, mais a leste. O primeiro, mais fértil, gera vinhos mais perfumados e elegantes, e de menor guarda. O segundo, mais pobre, gera exemplares mais potentes e de maior longevidade.
Na vinificação, os produtores podem ser divididos entre tradicionalistas e modernistas, embora cada vez mais se adote um meio termo. Os primeiros colhem cedo, preservando a acidez, fazem macerações longas das uvas, extraindo mais taninos, e amadurecem os vinhos em recipientes maiores e mais neutros de madeira usada, chamados de botti. Os modernistas colhem as uvas mais maduras, fazem extrações mais curtas e usam barricas menores e novas, que dão notas de carvalho à bebida.
Como resultado, os primeiros são mais austeros e elegantes, que precisam de muitos anos de guarda. Enquanto os modernos são mais potentes e podem ser abertos mais cedo. Outra novidade da região é a classificação dos vinhedos. Seguindo uma tendência mundial dos vinhos “mono-vinhedo”, foram demarcados 170 deles em onze comunas, nomes que podem constar no rótulo.
Confira exemplares abaixo.
1
– Beni di Batasiolo Riserva DOCG Barolo 2011
– Beni di Batasiolo Riserva DOCG Barolo 2011
Amadurece trinta meses em barris de carvalho. Com aromas de couro, balsâmicos, alcaçuz, ameixas, cerejas, baunilha, tabaco. Paladar de médio-bom corpo e com taninos e acidez médios, mais para elegante.
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2
– Batasiolo Barolo Boscareto DOCG 2009
– Batasiolo Barolo Boscareto DOCG 2009
Cor granada média, aroma complexo e bastante floral, com frutas vermelhas ainda frescas, cereja, defumado, balsâmico. Paladar encorpado com taninos ainda jovens, boa acidez, 14,5% de álcool. Decantar.
![Barolo-Batasiolo](https://queijosevinho.com.br/wp-content/uploads/2021/08/Barolo-Batasiolo.jpg)
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3
– Marchesi di Barolo Tradizione Barolo DOCG 2015
– Marchesi di Barolo Tradizione Barolo DOCG 2015
Amadurece dois anos em barricas de carvalho. Cor granada média, notas de frutas negras e vermelhas, rosas secas, tostados, alcaçuz, terrosos, chá preto e cacau. Paladar com bons taninos e acidez, com 14% de álcool. Para guarda, ainda jovem, sugiro decantação.
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Texto: Marcelo Copello
*As informações e valores dos produtos se referem ao momento de publicação desta matéria.