A implantação do Programa de Gerenciamento de Riscos, representa uma etapa fundamental na gestão de saúde e segurança em projetos de engenharia. Para Ricardo Chimirri Candia, a atualização da Norma Regulamentadora nº 01 (NR-01), em vigor desde março de 2021, trouxe mudanças significativas para a condução das atividades em ambientes laborais, exigindo das empresas um novo posicionamento estratégico.
A principal inovação foi a exigência de um gerenciamento contínuo dos riscos ocupacionais, com foco preventivo e integração ao cotidiano das operações. A adequação à nova NR-01, no entanto, ainda enfrenta desafios concretos. Entenda mais na leitura abaixo:
Programa de gerenciamento de riscos: diagnóstico inicial e levantamento de perigos
O primeiro desafio da implantação do PGR está na fase de levantamento dos perigos e avaliação dos riscos. Essa etapa requer não apenas conhecimento técnico específico, mas também um olhar atento para as peculiaridades do ambiente de trabalho. Em projetos de engenharia, essa tarefa é complexa devido à natureza mutável dos canteiros de obras. Segundo Ricardo Chimirri Candia, o uso de metodologias estruturadas, como a análise preliminar de riscos (APR) e a matriz de risco, pode ser decisivo para garantir a qualidade.

Outro ponto crítico é a participação efetiva dos trabalhadores nesse processo. A nova NR-01 reforça a importância da escuta ativa e do envolvimento coletivo na construção do PGR. Para isso, é essencial criar canais de comunicação acessíveis e promover treinamentos práticos sobre identificação de perigos. O conhecimento empírico dos operários deve ser valorizado, pois eles vivenciam os riscos diariamente. Essa colaboração também aumenta o comprometimento das equipes com a segurança.
Implementação e integração ao planejamento da obra
Uma vez concluído o diagnóstico, a fase de implementação do PGR demanda ações concretas que dialoguem com o planejamento da obra. O programa precisa ser incorporado aos cronogramas, procedimentos operacionais e contratos de terceiros, para garantir sua efetividade. Conforme explica Ricardo Chimirri Candia, esse alinhamento entre segurança e produção é fundamental para que o gerenciamento de riscos não seja percebido como obstáculo, mas como parte da rotina produtiva.
É necessário também adequar a documentação exigida, como o inventário de riscos e o plano de ação. Esses documentos devem ser mantidos atualizados à medida que o projeto avança, refletindo as novas condições de trabalho. A tecnologia pode auxiliar nesse processo, por meio de softwares de gestão integrada que permitem monitoramento em tempo real e facilitam auditorias. Além disso, a realização de reuniões periódicas de segurança ajuda a ajustar medidas preventivas.
Monitoramento contínuo e melhoria dos resultados
A nova NR-01 estabelece que o PGR seja um programa vivo, em constante aprimoramento. A engenharia, enquanto campo altamente técnico, pode se beneficiar da aplicação de KPIs voltados à saúde e segurança, como taxa de frequência de acidentes, número de ações corretivas implementadas e percentual de atividades com controle de risco validado. Como elucida Ricardo Chimirri Candia, essa abordagem orientada por dados é essencial para garantir resultados práticos e mensuráveis.
Paralelamente, é importante fomentar uma cultura organizacional que enxergue o PGR como um instrumento de valor. A liderança da engenharia deve atuar de forma exemplar, incentivando a adesão às boas práticas e reconhecendo os avanços. A análise de incidentes, mesmo os sem afastamento, deve ser utilizada como oportunidade de aprendizado coletivo. Essa postura preventiva e participativa fortalece o ciclo de melhoria contínua, reduzindo falhas recorrentes e promovendo ambientes mais seguros e produtivos.
Conclui-se assim que, a implantação do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), conforme os requisitos da nova NR-01, exige mais do que simples adequações documentais. Trata-se de um processo estruturante que demanda diagnóstico técnico, planejamento integrado e engajamento de toda a equipe. De acordo com Ricardo Chimirri Candia, a segurança não é um custo adicional, mas um investimento inteligente em produtividade e sustentabilidade.
Autor: Vasily Egorov